Loft Industrial
Poucas paredes e revestimentos sem luxos: assim é o apartamento de 130 m² do jornalista espanhol Francho Barón, em plena zona sul carioca.
“Minha ideia era transformar um apartamento de estrutura convencional, compartimentado, num espaço amplo e arejado, feito sob medida para funcionar como moradia e escritório. Trabalho em casa e queria evitar a sensação de asfixia comum nos apartamentos atuais. Além disso, coleciono arte e precisava de luz abundante na maior parte dos aposentos.” Francho Barón , proprietário. Uma estética crua, leve e despojada. O conceito que o jornalista espanhol Francho Barón passou para o arquiteto Sebastian Gómez, quando detalhou a reforma que queria fazer no imóvel recém-adquirido no Leblon, fugia completamente à situação original do imóvel. Ele manteve a suíte e um segundo quarto, tornou os vãos de circulação largos e deixou a tubulação aparente, como num loft industrial. O cinza do cimento queimado tinge piso e paredes, o que resulta num ar industrial, reforçado pela simplicidade de acabamentos. Tudo bem essencial, sem deixar de ser requintado.
1. Ilha na cozinha. Totalmente aberto para a sala, esse ambiente ganhou uma ilha de aço inox (projeto da Maqcem), que abriga o fogão industrial (Metalmaq). Coifa Incomar. 2. Placas de cimento. Feitas na obra, as peças que revestem a parede têm 60 x 60 cm e as do piso 1 x 1 m. “Essa paginação modulada facilita qualquer remendo que seja necessário”, aponta o arquiteto argentino Sebastian Gómez. O tom cinza vem da mistura de 1/3 de cimento (Nassau), areia peneirada fina e Bianco (Otto Baumgart). Nas juntas de dilatação (0,5 cm), utlizaram-se perfis de alumínio (execução de Alves Silva Engenharia).
5. Estante preservada. Simples, emoldurava a entrada e não destoava do partido estético. Foi poupada e apenas pintada de acrílico acetinado.
6. Pé-direito alto. A ideia era manter a generosa altura (3 m) e evitar os rebaixos. Essa era também uma forma de valorizar os encanamentos expostos e os trilhos de iluminação aparentes. Na laje, aplicou-se apenas massa corrida com pintura à base de PVA. 7. Duto à vista. O aparelho de ar condicionado fica no teto da área de serviço, e o tubo do sistema corta toda a extensão da sala de estar para chegar à área íntima (execução da Consult). “Agora, podemos fazer consertos sem quebraquebra”, aponta o engenheiro Claudio Alexandre, da Alves Silva Engenharia. 8. Trilho de luz. Fixado no teto, ele sustenta os spots. A solução facilita o deslocamento do foco no caso de mudança na posição das obras de arte.
9. Esquadrias originais. De alumínio, elas foram pintadas na reforma. A seteira, posicionada onde era a área de serviço e incorporada agora à sala de estar, ganhou painéis de vidro pivotantes (Vidronasa). 10. Estante de duplo uso. Serve também de banco por ser baixinha. Moldada em concreto na obra, reforça a uniformidade de materiais. As prateleiras foram engastadas 2 cm na parede.
11. Parede curva. É a única pintada de branco, para se destacar – sua função é ocultar o setor de serviço. A sinuosidade homenageia Oscar Niemeyer, de quem Francho e Sebastian são fãs. 12. Armário suspenso. Para facilitar a limpeza, fica 20 cm acima do piso (marceneiro Audemir Rangel).
15. Espelho iluminado. Ele parece solto, mas está fixado 7 cm à frente da parede. A iluminação (lâmpada fluorescente T5 com reator) vem de trás – efeito que valoriza a textura irregular e rústica do cimento. 16. Tudo de cimento. A bancada, a cuba e a prateleira inferior repetem a matéria-prima de todo o apartamento – o cimento queimado. O concreto armado moldado na obra evitou custos excessivos. “Fazemos as fôrmas de madeira e preenchemos com essa massa. Depois de seca, tiramos o molde e a estrutura está pronta para ser instalada. É fácil e prático”, aponta o engenheiro Claudio Alexandre. As paredes do banheiro também receberam esse revestimento cimentício, após serem impermeabilizadas com Sikatop 107. 17. Boxe light. Sebastian optou por colocar apenas um painel de vidro (1,40 m, da Vidronasa), sem ferragens aparentes, deixando um vão para o acesso ao chuveiro. “O partido estético do projeto foi abrir mão dos excessos”, atesta o arquiteto.
Jujuba, o melhor dos post! Altas idéias, Altas idéias!
ResponderExcluirHumm q delicia pra nossa casinha =D
ResponderExcluirprojeto classe A! - faltaram os créditos das imagens, ya?
ResponderExcluirfotos: Leonardo Costa